Cora Coralina é o pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, poetisa
e contista brasileira nascida na Cidade de Goiás em 20 de agosto de 1889 e falecida em Goiânia no dia 10 de abril de
1985. Considerada uma das principais escritoras brasileiras, ela teve seu
primeiro livro publicado em junho de 1965 (Poemas dos Becos de Goiás e Estórias
Mais),[1] quando já tinha quase 76 anos de idade.
Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes
centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica
em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas
históricas de Goiás.
Chamava-se, de batismo, Ana Lins do Guimarães Peixoto. A reconhecida
poetisa nasceu no Estado de Goiás em 20 de agosto de 1889 e morreu em 10 de
abril de 1985. Mas, o reconhecimento não veio fácil ou logo.
Dizem que chamar Cora Coralina de poetisa é restringir seu talento. Era
também contista, cronista de mão cheia e até mesmo jornalista, pois é sabido
que tinha imensa habilidade de observar os acontecimentos cotidianos,
retratando-os com fidelidade. O dom da escrita a acompanhava desde cedo. Tanto
que aos 15 anos de idade, tornou-se Cora, uma maneira de esconder sua
verdadeira identidade, pois naquela época “moça direita” não perdia tempo com
escritos. Coralina surgiu depois e o significado não poderia ser mais poético:
Cora Coralina quer dizer coração vermelho.
Da casa dos pais, Ana Lins partiu para São Paulo. Ela e Cantídio Tolentino
Brêtas apaixonaram-se e fugiram para Jaboticabal (SP). Teve seis filhos. Lá
levou a vida que a maioria dos brasileiros leva, renunciou vontades e sonhos
para prover o sustento da família. A escritora saiu de cena, foi impedida de
crescer, enquanto a trabalhadora, mãe e esposa assumia os compromissos da vida.
Foi costureira, vendedora de livros, comerciante. Mas ainda assim, nunca deixou
de escrever e de se empenhar em ajudar, principalmente às mulheres. Ana sugeriu
a criação de um partido feminino e escreveu até mesmo um manifesto de
agremiação.
Depois de viúva, já não havia quem lhe impedisse de se expressar por meio
das palavras (dizem que seu marido a impedira de participar da Semana de Arte
Moderna de 1922). Aos 70 anos aprendeu a datilografar e, entre retalhos de
textos, produziu seu primeiro livro - Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais
– aos 75 anos. Em 1976 lançou Meu Livro de Cordel e em 1980, recebeu uma carta
de Carlos Drummond de Andrade, repleta de elogios sobre seu trabalho. Foi após
a divulgação dessa carta que Cora Coralina tornou-se conhecida no país todo.