quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Cora Coralina







Cora Coralina é o pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, poetisa e contista brasileira nascida na Cidade de Goiás em 20 de agosto de 1889  e falecida em Goiânia no dia 10 de abril de 1985. Considerada uma das principais escritoras brasileiras, ela teve seu primeiro livro publicado em junho de 1965 (Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais),[1] quando já tinha quase 76 anos de idade.
Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.
Chamava-se, de batismo, Ana Lins do Guimarães Peixoto. A reconhecida poetisa nasceu no Estado de Goiás em 20 de agosto de 1889 e morreu em 10 de abril de 1985. Mas, o reconhecimento não veio fácil ou logo.
Dizem que chamar Cora Coralina de poetisa é restringir seu talento. Era também contista, cronista de mão cheia e até mesmo jornalista, pois é sabido que tinha imensa habilidade de observar os acontecimentos cotidianos, retratando-os com fidelidade. O dom da escrita a acompanhava desde cedo. Tanto que aos 15 anos de idade, tornou-se Cora, uma maneira de esconder sua verdadeira identidade, pois naquela época “moça direita” não perdia tempo com escritos. Coralina surgiu depois e o significado não poderia ser mais poético: Cora Coralina quer dizer coração vermelho.
Da casa dos pais, Ana Lins partiu para São Paulo. Ela e Cantídio Tolentino Brêtas apaixonaram-se e fugiram para Jaboticabal (SP). Teve seis filhos. Lá levou a vida que a maioria dos brasileiros leva, renunciou vontades e sonhos para prover o sustento da família. A escritora saiu de cena, foi impedida de crescer, enquanto a trabalhadora, mãe e esposa assumia os compromissos da vida. Foi costureira, vendedora de livros, comerciante. Mas ainda assim, nunca deixou de escrever e de se empenhar em ajudar, principalmente às mulheres. Ana sugeriu a criação de um partido feminino e escreveu até mesmo um manifesto de agremiação.
Depois de viúva, já não havia quem lhe impedisse de se expressar por meio das palavras (dizem que seu marido a impedira de participar da Semana de Arte Moderna de 1922). Aos 70 anos aprendeu a datilografar e, entre retalhos de textos, produziu seu primeiro livro - Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais – aos 75 anos. Em 1976 lançou Meu Livro de Cordel e em 1980, recebeu uma carta de Carlos Drummond de Andrade, repleta de elogios sobre seu trabalho. Foi após a divulgação dessa carta que Cora Coralina tornou-se conhecida no país todo.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Respeito

"Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação,
seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seus semelhantes''
Albert Schweitzer

Mãe

Renovadora e reveladora do mundo
A humanidade se renova no teu ventre.
Cria teus filhos,
não os entregues à creche.
Creche é fria, impessoal.
Nunca será um lar
para teu filho.
Ele, pequenino, precisa de ti.
Não o desligues da tua força maternal.

Que pretendes, mulher?
Independência, igualdade de condições...
Empregos fora do lar?
És superior àqueles
que procuras imitar.
Tens o dom divino
de ser mãe
Em ti está presente a humanidade.

Mulher, não te deixes castrar.
Serás um animal somente de prazer
e às vezes nem mais isso.
Frígida, bloqueada, teu orgulho te faz calar.
Tumultuada, fingindo ser o que não és.
Roendo o teu osso negro da amargura. 

                    Cora Coralina 

Hábito de Leitura


A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede.
Carlos Drummond de Andrade



   Não é todo mundo que gosta de ler, mas a leitura é um grande instrumento para se manter informado das atualidades. E com o hábito de ler pelo menos um livro por mês ou mais ainda, você terá mais informações para criar um boa redação durante um prova e ainda aumentará o seu vocabulário.
   O aluno que não lê, terá grandes dificuldades em enfrentar o vestibular, pois seu conhecimento se vai apenas aos conteúdos da escola, não tendo uma visão maior, mais crítica dentro dos problemas sociais e mundiais.
   Então é muito importante para sua formação e para seu cotidiano. Procure estabelecer um horário de leitura, uma boa opção é ler antes de dormir, além de relaxar o sono vem vindo.

domingo, 2 de setembro de 2012


Canção do exílio de Casimiro de abreu

Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!

Meu Deus, eu sinto e tu bem vês que eu morro
Respirando este ar;
Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo
Os gozos do meu lar!

O país estrangeiro mais belezas
Do que a pátria, não tem;
E este mundo não vale um só dos beijos
Tão doces duma mãe!

Dá-me os sítios gentis onde eu brincava
Lá na quadra infantil;
Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,
O céu do meu Brasil!

Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Meu Deus! não seja já!
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!

Quero ver esse céu da minha terra
Tão lindo e tão azul!
E a nuvem cor de rosa que passava
Correndo lá do sul!

Quero dormir à sombra dos coqueiros,
As folhas por dossel;
E ver se apanho a borboleta branca,
Que voa no vergel!

Quero sentar-me à beira do riacho
Das tardes ao cair,
E sozinho cismando no crepúsculo
Os sonhos do porvir!

Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
A voz do sabiá!

Quero morrer cercado dos perfumes
Dum clima tropical,
E sentir, expirando, as harmonias
Do meu berço natal!

Minha campa será entre as mangueiras
Banhada do luar,
E eu contente dormirei tranqüilo
À sombra do meu lar!

As cachoeiras chorarão sentidas
Porque cedo morri,
E eu sonho no sepulcro os meus amores
Na terra onde nasci!

Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Meu Deus! não seja já
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!

CHEGANÇA
             Antonio Nóbrega
 
Sou Pataxó,
sou Xavante e Cariri,
Ianonami, sou Tupi
Guarani, sou Carajá.
Sou Pancaruru,
Carijó, Tupinajé,
Potiguar, sou Caeté,
Ful-ni-o, Tupinambá.

Depois que os mares dividiram os continetes
quis ver terras diferentes.
Eu pensei: "vou procurar
um mundo novo,
lá depois do horizonte,
levo a rede balançante
pra no sol me espreguiçar".

eu atraquei
num porto muito seguro,
céu azul, paz e ar puro...
botei as pernas pro ar.
Logo sonhei
que estava no paraíso,
onde nem era preciso
dormir para se sonhar.

Mas de repente
me acordei com a surpresa:
uma esquadra portuguesa
veio na praia atracar.
De grande-nau,
um branco de barba escura,
vestindo uma armadura
me apontou pra me pegar.

E assustado
dei um pulo da rede,
pressenti a fome, a sede,
eu pensei: "vão me acabar".
me levantei de borduna já na mão.
Ai, senti no coração,
o Brasil vai começar.

Em homenagem à semana da Pátria


 


CANÇÃO DO EXÍLIO


            GONÇALVES DIAS



Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

 

 

Gonçalves Dias com dez anos de idade, começou a trabalhar no comércio com seu pai: era encarregado da caixa e da escrituração na casa da propriedade paterna.
Em 1835, estudou latim, francês e filosofia e, em 1838, após a morte do pai, partiu para Coimbra, a fim de estudar Direito, matriculando-se dois anos depois na universidade.
Em 1845, voltou ao Brasil. Um ano depois, entrou para o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no Rio de Janeiro e, em 1849, foi nomeado professor de latim e história pátria, no Colégio Pedro II, no qual se concentravam as elites do Segundo Reinado.
Em 1851, fez pesquisas históricas para o governo nas províncias do Norte.
Em 1853, foi nomeado oficial da Secretaria dos Negócios Estrangeiros, partindo para a Europa, onde permaneceu até 1857.
Em 1858, retornou ao Rio de Janeiro, e percorreu, em missão científica, os estados do Norte e Nordeste.
Viajou para a Europa em 1863.
Quando regressava, faleceu no naufrágio do navio “Ville de Boulogne”, nas costas do Maranhão.
 


Obra

POESIA: Primeiros cantos (1847); Segundos cantos e Sextilhas de Frei Antão (1848); Últimos Cantos (1851); Os Timbiras (1857).

TEATRO: Patkull (1843); Beatriz Cenci (1843); Leonor de Mendonça (1847); Boabdil (1850).
PROSA: Brasil e Oceânia (1852); Dicionário da língua tupi (1858)