domingo, 2 de setembro de 2012


Em homenagem à semana da Pátria


 


CANÇÃO DO EXÍLIO


            GONÇALVES DIAS



Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

 

 

Gonçalves Dias com dez anos de idade, começou a trabalhar no comércio com seu pai: era encarregado da caixa e da escrituração na casa da propriedade paterna.
Em 1835, estudou latim, francês e filosofia e, em 1838, após a morte do pai, partiu para Coimbra, a fim de estudar Direito, matriculando-se dois anos depois na universidade.
Em 1845, voltou ao Brasil. Um ano depois, entrou para o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no Rio de Janeiro e, em 1849, foi nomeado professor de latim e história pátria, no Colégio Pedro II, no qual se concentravam as elites do Segundo Reinado.
Em 1851, fez pesquisas históricas para o governo nas províncias do Norte.
Em 1853, foi nomeado oficial da Secretaria dos Negócios Estrangeiros, partindo para a Europa, onde permaneceu até 1857.
Em 1858, retornou ao Rio de Janeiro, e percorreu, em missão científica, os estados do Norte e Nordeste.
Viajou para a Europa em 1863.
Quando regressava, faleceu no naufrágio do navio “Ville de Boulogne”, nas costas do Maranhão.
 


Obra

POESIA: Primeiros cantos (1847); Segundos cantos e Sextilhas de Frei Antão (1848); Últimos Cantos (1851); Os Timbiras (1857).

TEATRO: Patkull (1843); Beatriz Cenci (1843); Leonor de Mendonça (1847); Boabdil (1850).
PROSA: Brasil e Oceânia (1852); Dicionário da língua tupi (1858)
 


 


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